sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Aconteceu!

Era noite! Noite fria, todos se divertindo e eu ali, sentada no chão, decepcionada, escutando os delírios de um bêbado, não sabia o que fazer a não ser chorar ao som daquela música. Com razão, havia me decepcionado mais uma vez com a pessoa que eu mais amava, mas a única coisa que eu queria era um beijo seu naquele momento, ou mesmo um estar ali, do meu lado sem nada dizer. Conselhos e abraços rolavam soltos, mas porque fui acreditar naquele ‘’eu mudei’’? Porque fui acreditar nessa simples frase? Para quebrar a cara pela quarta vez? Obrigada, já estava farta de decepções amorosas, e precisava de mais uma? Eu queria mostrar que estava bem, mas era só nossos olhares se cruzarem que meu único desejo era que pousasse um avião ali e me levasse para bem longe, longe daquele olhar, daquele sorriso, da sua face, longe de tudo que me lembrasse você! Mas veio aquele pedido de desculpas, pela primeira vez em quatro vezes ele se desculpou, será que havia mesmo um sentimento ou era apenas mais um joguinho? Bateu aquela dúvida, aquela indecisão, aquele medo, mas como aquele amor já havia me anestesiado, o desculpei com meu maior sorriso. A partir desse momento nossa amizade foi se fortalecendo, mas a cada vez que eu o tocava, sentia um desejo, uma vontade de sentir seu abraço, alisar seu cabelo e dizer eu te amo. Era recíproco, ele também sentia esse desejo, dava pra ver no brilho do seu olhar, tanto é que me pediu um beijo, confesso, já estava demorando! Mas neguei, fui forte e neguei! Não por medo, mas por amor próprio, ele estava com outra. Só que de repente tudo mudou, meu sorriso estava mais intenso, minha felicidade havia despertado de um sono longo, parecia que até o canto dos pássaros estava mais alegre. É, ele e ela já não estavam mais juntos! Acho que aquele tesão que ele sentia por ela já não subia mais a cabeça. Claro, fiquei muito feliz ao saber, não que eu desejasse a desgraça alheia, mas gostei! Ela também merecia, mas isso não vem ao caso, o que importava naquele momento era que finalmente eu podia sentir ele em mim, me arriscar mais uma vez, e ou sofrer pela quinta vez ou ser eternamente feliz. Decidi me arriscar e ser feliz, mas a iniciativa estava com ele. Me pediu outro beijo, dessa vez não resisti, o beijei e me entreguei, não de corpo e alma, talvez apenas de alma, mas me entreguei! E hoje um namoro prevalece, isso tudo serviu como ponte para que eu chegasse até ele, e nada faria sentido se eu não tivesse passado por tudo isso, não teria uma razão, com certeza ia faltar algo. Não me arrependo de nada, aliás, se eu soubesse antes o que eu sei agora, erraria tudo exatamente igual. Então não tenha medo de dar grandes passos. Não se pode atravessar um abismo com dois pulinhos, pense nisso!

Nenhum comentário:

Postar um comentário